Premiação fora do comum diverte plateia e homenageia cultura pop com humor ácido

Na última terça-feira, o canal Bravo estreou a versão televisiva do Las Culturistas Culture Awards, uma premiação que começou como piada interna no podcast homônimo, apresentado pelos comediantes Matt Rogers e Bowen Yang. O evento, que começou como uma sátira às cerimônias tradicionais de Hollywood, foi transformado em show ao vivo em 2022 e, este ano, ganhou sua primeira exibição na TV, além de estar disponível no streaming Peacock desde quarta-feira.

Premiação sem regras e com muitas risadas

O formato da premiação desafia todas as convenções conhecidas: o tempo não existe, política é pano de fundo e os prêmios são tudo menos convencionais. Em vez do tradicional “In Memoriam”, houve um segmento “In Absentia”, explicando de forma cômica por que algumas celebridades não compareceram — Michelle Obama, por exemplo, estaria “acima disso”, e Chappell Roan enfrentava uma “emergência com seu porquinho-da-índia”.

Mesmo sem Michelle Obama, o espetáculo continuou. Os anfitriões, com seu carisma característico, conduziram a noite com categorias como “Mulher de Certa Idade”, “Coisa Mais Flertante que Alguém Já Disse”, “Melhor Gay – Pessoa Comum”, “Melhor Gay – Famoso”, “Melhor Palavra para Sussurrar” e o prêmio Eva Longoria para “Mulher Pequena, Grande Impacto”.

Destaques da noite: humor e surpresas

Entre os vencedores mais inusitados da noite estavam o peito de Jeff Goldblum em Jurassic Park, que levou o prêmio de “Maior Impacto no Cinema”; Andy Samberg, agraciado com o prêmio Creatina de Excelência Masculina Heterossexual; e a frase “Se eu te encontrar de novo, vou te matar”, vencedora de “A Ameaça Mais Emocionante”.

A plateia, formada por cerca de 2 mil pessoas, incluindo grandes nomes como Jamie Lee Curtis, Jeff Goldblum, Mindy Kaling, Kristen Wiig e Kenan Thompson, não conteve o riso diante dos slides absurdos e hilários apresentados. Mesmo celebridades de reality shows marcaram presença, reforçando o caráter festivo e inclusivo do evento.

Do podcast ao palco e agora à televisão

O sucesso da premiação acompanha a trajetória ascendente do podcast Las Culturistas, criado por Yang e Rogers em 2016, quando ambos ainda eram estudantes e aspirantes a comediantes na Universidade de Nova York. O programa ganhou destaque ao receber convidados de peso como Mariah Carey, Lady Gaga, Amy Poehler e a própria Michelle Obama.

Segundo Matt Rogers, em entrevista ao The Washington Post, a exibição na TV pode facilitar o convite de celebridades para futuras edições. No entanto, ele reconhece que ainda é difícil explicar o conceito aos assessores de imprensa: trata-se de uma paródia de premiação anual que nasceu em um podcast, que é real — mas também não é — e onde, por exemplo, Quinta Brunson subiu ao palco para receber o prêmio Eva Longoria e Andy Samberg apareceu usando shorts de basquete.

Categorias inesperadas e essência cômica

Outras categorias peculiares reforçaram o espírito do evento: “melhor café da manhã”, “pior sensação pegajosa” e “melhor alternativa a ‘Deus te abençoe’ após um espirro”. O vencedor? “Não espirre em mim, não posso ficar doente essa semana.”

Rogers também contou que alguns convidados quase participaram, mas desistiram ao saber que não entregariam prêmios, e sim fariam “esquetes cômicos”. “Mas esse é o esquete cômico!”, enfatizou o apresentador.

Futuro da premiação: tradição em formação?

Com o sucesso da transmissão, fica a pergunta: o Las Culturistas Culture Awards deve se tornar uma tradição anual na Bravo? Para os fãs — carinhosamente apelidados de “Kayteighs”, “Finalistas” e até “Publicitários” —, a resposta parece ser um entusiasmado “sim”. Mas a palavra final é do público. E você, assistiria novamente no ano que vem?